Numa separação, podemos resolver com certa praticidade e civilidade vários aspectos que a envolvem, menos a forma, o processo como vamos buscar esta nova identidade.
É um momento onde literalmente você vai ter que nascer de novo. Uma busca de novos valores, atitudes, posicionamentos, crenças. O acreditar novamente numa forma de viver! É algo muito estranho, perturbador até, pois com certeza existirão momentos em que você simplesmente não vai se reconhecer mais. As emoções ficam à flor-da-pele. Você absorve tudo!
Sua sensibilidade fica exageradamente acentuada.
Palavras te atingem, olhares muito mais...
Atitudes saltam aos teus olhos e a falta delas muito mais...
A impressão que dá é que nada mais te preenche e nem vai preencher (calma, é só a primeira impressão e pode durar meses).
Tudo que você fazia ou faz, parece estar seriamente afetado. Sente-se como que impedido de prosseguir, de tomar qualquer atitude. Parece que não consegue mais encontrar seu lugar, pensa até que ele nunca existiu. Perde-se boa parte, senão total, do foco, das metas.
Perde-se inclusive a vontade de viver!
De realizar coisas, por mais simples que sejam, pois não tem ânimo.
Não se permite sonhar!
Perde-se inclusive a vontade de viver!
De realizar coisas, por mais simples que sejam, pois não tem ânimo.
Não se permite sonhar!
Começa a repensar valores morais, pessoais, familiares... questiona tudo!
Dentro disso, é importante lembrar que no caso de mulheres, geralmente há uma queda muito brusca no padrão de vida que levava. E isso requer um esforço enorme de adaptação à nova realidade e até mesmo uma reformulação de uma nova postura familiar (filhos) no aspecto financeiro. E isso acaba gerando insegurança, medo, insatisfação, raiva e muitas dúvidas.
A boa notícia? Aprendemos rápido. Encontramos força onde já pensamos não mais existir. Mesmo que ainda não saiba que “lugar” está ocupando agora...
E dentro de todas estas mudanças que estão á sua frente e de muitas que ainda virão, tem os filhos. A adaptação deles em todo este processo. Fico indignada com o posicionamento de muitos em nossa sociedade que apregoam que separação é “normal”, que todos ficam bem no final, que filhos aprendem rápido, que não sofrem com isso...
Há muita mentira nessas “verdades” ! Os filhos, geralmente, são os que mais são afetados e sofrem. Demoram muito para assimilar tudo e fatalmente absorvem como esponjas todo o clima de tristeza, brigas(se houverem), medo do futuro, a necessidade de fazer parte de uma família estruturada e completa. E com certeza, o cônjuge que ficar com eles vai ter que ter muita estrutura ( que já está abalada) para ampará-los neste momento. É um momento que gera muito stress, muita dor onde vai ser preciso muita conversa franca e muita maturidade, pra não se deixar tomar pela dor da separação e tentar separar os filhos daquele que optou por sair de casa.
Mas em meio à tudo isso, o mais importante é saber que você precisa se posicionar , fazer de tudo para descobrir até onde pode chegar, buscar forças em si mesmo e com certeza vai encontrar. Saber que tudo isso vai se tornar seu “professor” . Sua lição de casa! Deixe as mudanças acontecerem de dentro pra fora, depois vêm as exteriores...
Não há como cessar a dor! O sofrimento! Você só tem uma alternativa: Viva sua dor! Viva seu “luto”...é! Luto mesmo, pois este momento é comparado por psicólogos como um momento onde você tem que enfrentar a morte de alguém na família...a tua dor pode ser comparada à este momento.
Não fique tentando controlar suas emoções, seus sentimentos. Aceite o que vai sentir. Apenas sinta!! Viva cada momento. Pense! Questione! Se descubra! Se aceite!
Com o passar do tempo o vínculo emocional que você tinha com seu cônjuge, vai se desfazendo. Você mesmo ,sem perceber, vai se desfazendo de cada detalhe que os unia, que o ligava ao outro, aquela sensação ruim de desamparo...e começa a surgir então ....seu novo EU, sua nova identidade.
E creia, você vai se surpreender!
E creia, você vai se surpreender!
Beijos e viva o que tem para viver!
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